quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Resposta à Coluna "Lembra-te de Darwin" - André Petry - Veja

Você leu a VEJA de 11/02/2009? A coluna escrita pelo jornalista André Petry fala sobre Darwin/Criacionismo/Educação. Ele cita a educação adventista. Veja a resposta que um ex-aluno da escola adventista enviou ao autor do texto " Lembra-te de Darwin".
Para quem não teve a infelicidade de ler uma das piores colunas da história do jornalismo nacional, segue a coluna do economista André Petry, na revista Veja. E depois, abaixo, segue uma resposta.
"É inaceitável dar criacionismo em aula de biologia. Embrutece porque ensina o aluno, desde cedo, a confundir crença e superstição com razão e ciência." É assustador que, às vésperas do bicentenário do nascimento de Charles Darwin, pai da teoria da evolução, escolas brasileiras estejam ensinando criacionismo nas aulas de ciências. Já se sabia que as escolas adventistas fazem isso. A novidade é que o negócio está se propagando. Em instituições tradicionais de São Paulo, como o Mackenzie, inventou-se até um método próprio para o ensino. "Antes, usávamos o material que havia disponível no mercado", explica um dos diretores da escola, Francisco Solano Portela Neto. O criacionismo é ensinado como ciência da pré-escola à 4ª série. Não há problema em que o criacionismo seja dado nas aulas de religião, mas ensiná-lo em aulas de ciências é deseducador. Criacionismo é a explicação bíblica para a origem da vida. Diz que Deus criou tudo: o homem, a mulher, os animais, as plantas, há 6 000 anos. Quem estuda religião precisa saber disso. É uma fábula encantadora, mas não é ciência. É inaceitável que o criacionismo seja ensinado em biologia para explicar a origem das espécies. Em biologia, vale o evolucionismo de Darwin, segundo o qual todos viemos de um ancestral comum, há bilhões de anos, e chegamos até aqui porque passamos no teste da seleção natural. É a melhor (e por acaso a mais bela) explicação que a ciência encontrou sobre a aventura humana na Terra. Quem contrabandeia o criacionismo para as aulas de biologia diz que, em respeito à "liberdade de pensamento", está "mostrando os dois lados" aos alunos. Afinal, são escolas religiosas, confessionais, e os pais podem ter escolhido matricular seus filhos ali exatamente porque o criacionismo é visto como ciência. Pode ser, errar é livre, mas que embrutece não há dúvida. Embrutece porque ensina o aluno, desde cedo, a confundir crença e superstição com razão e ciência. É desnecessário. Que cientistas saem de escolas que embrulham o racional com o místico? Também é cascata, porque, fosse verdade, a turma estaria ensinando numerologia em matemática. Ensinaria alquimia em química, dizendo, em nome da "liberdade de pensamento", que é possível transformar zinco em ouro e encontrar o elixir da longa vida... Há pouco, na Inglaterra, um reverendo anglicano defendeu o estudo do criacionismo na educação básica. Era diretor de educação da Royal Society. Queria colocar Deus no laboratório da escola. Cortaram-lhe o pescoço. A Suprema Corte americana já examinou o assunto. Mandou o criacionismo de volta às aulas de religião. No Brasil, terra do paradoxo, o atraso avança. Darwin foi um gênio. Em seu tempo, não se sabia como as características hereditárias eram transmitidas de pai para filho. Nem que a Terra tem 4,5 bilhões de anos e que os continentes flutuam sobre o magma. No entanto, a teoria da evolução se encaixa à perfeição nas descobertas da genética, da datação radioativa, da geologia moderna. Só um cérebro poderosamente equipado, conjugado com muito estudo, pode ir tão longe. Confundido com criacionismo, Darwin parece um macaco tolo. É assustador.
Segue Resposta: Caro senhor Petry. Não poderei escrever um texto à altura do seu, afinal, devido à educação recebida em casa, e minha inteligência, não consigo ser tão baixo. Não consigo conceber a idéia de que um jornalista que tanto luta pela liberdade de imprensa escreva um texto desprovido de liberdade de pensamento, que embrutece os leitores. Um texto sem argumentos, sem respeito, e demonstrando total falta de conhecimento, afinal, a comprovação científica do evolucionismo é tão real quanto o vôo de um avestruz. O seu texto não é só um desrespeito aos criacionistas, mas à comunidade científica em geral, que são pessoas preocupadas em desvendar os mistérios, em estudar, não em falar inverdades irresponsavelmente. Ambos, criacionismo e evolucionismo, quanto todas as outras idéias e possibilidades para desvendar o surgimento da vida não foram comprovadas por ninguém em nenhuma época. Todos são possibilidades que encontram evidências a favor e contrárias, que necessitam de fé dos seus seguidores. É de uma total ignorância os ditos argumentos presentes em seu texto, afinal, está comprovado que alquimia não funciona, e química sim. Está comprovado que numerologia não funciona, e matemática sim, mas não está comprovado que evolucionismo ou criacionismo existiram. Vale lembrar também que a idéia desenvolvida por Darwin não vai ao encontro às descobertas da genética, nem da datação por radiação, nem da geologia moderna. Não é à toa, que existe hoje o neodarwinismo, que busca colocar o pensamento de Darwin em harmonia com as descobertas de Mendel. Guardadas às devidas proporções, posso comparar seu texto ao livro de Richard Dawkins "Deus, um delírio", que foi duramente criticado pela comunidade científica de renome internacional, por alterar resultados de pesquisas e inventar dados, para tentar comprovar o evolucionismo. Guardadas às devidas proporções, pois Dawkins é um cientista com conhecimento da área e que mudou os dados, não um irresponsável que fala sobre o que não conhece. Vale registrar que grandes gênios do passado, como Leonardo da Vinci, Geórgia Agrícola, Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler, Francis Bacon, Blaise Pascal, Robert Boyle, Isaac Newton, Gottfried Wilhelm Leibnitz, Caroline Herschel, Bartolomeu de Gusmão, Maria Gaetana Agnesi, Georges Cuvier, Maria Mitchell, Gregor Mendel, Louis Pasteur, George Washington Carver, William Ramsay, Carlos Chagas Filho, Wernher Von Braun, Albert Einstein, e tantos outros acreditavam em Deus, respeitavam a liberdade de pensamento, e muitos ainda eram criacionistas. Yuri Gagarin, após o seu retorno a Terra, disse: "Eu estive no céu, e não vi Deus!". A resposta veio em 1968, quando a Apollo 8 estava circundando o lado escuro da lua, numa órbita muito superior à alcançada por Gagarin. Ao terminar a volta, no momento em que contemplaram nosso planeta azul, a mesma visão que Gagarin teve, ouvidos por milhões de habitantes, repetiram "No princípio criou Deus os céus e a Terra". Deus estava lá, Gagarin que estava míope e não O enxergou. Minha intenção não é mudar sua opinião. Você pode pensar o que quiser, e pode muito bem expressar sua opinião. Mas não posso aceitar uma tremenda demonstração de falta de respeito e de falta de conhecimento. A origem da vida não é comprovada. Nunca virá de nenhum renomado cientista, comprometido com o estudo, um texto como o do senhor. Vou agora fazer o contrário do que o senhor fez. Vou lhe dar o benefício da dúvida. Talvez eu esteja enganado, e o senhor seja extremamente letrado no assunto, uma sumidade em termos de evolucionismo.
Nesse caso, gostaria que o senhor respondesse aos seguintes questionamentos:
1- Como que de uma explosão, algo desorganizado, surgiu todo o universo, que é algo organizado, já que a segunda lei da termodinâmica diz que tudo parte de uma organização para uma desorganização, e não o contrário?
2- De onde veio toda a energia para que a explosão ocorresse?
3- Como senhor refuta a afirmação de Einstein, que disse que a probabilidade do universo ter surgido de uma explosão é a mesma de uma biblioteca ser formada à partir da explosão de uma tipografia?
4- Onde se encontra o 'Elo Perdido'?
5- A probabilidade de um composto orgânico recém formado se desintegrar é muito maior do que a probabilidade dele se formar. Se a destruição predomina sobre a formação, como que os aminoácidos da sopa primitiva se organizaram aleatoriamente, se transformando em compostos complexos e em quantidades tão copiosas? Obs: Hoje sabemos que isto é possível, graças à atuação das enzimas catalisadoras e graças á proteção das paredes celulares ao grande responsável por este feito. Porém, nem enzimas nem as paredes celulares estavam disponíveis na sopa primitiva. Como o senhor explica isso?
6- Em 1968, o professor Harold Morowitz, físico de Yale, lançou um livro chamado "Enegy flow in biology". Nele, foi feito o cálculo da probabilidade de reações químicas aleatórias formarem uma bactéria. Não um organismo complexo como um ser humano, nem mesmo uma flor, mas uma bactéria unicelular. Baseando seus cálculos numa taxa otimista da velocidade das reações, o tempo estimado para uma bactéria se formar excede não apenas os 4,5 bilhões de anos da suposta idade da Terra, bem como os 15 bilhões de anos da suposta idade do universo inteiro. A probabilidade de processos aleatórios produzirem vida a partir de um caldo primordial de elementos químicos é ainda menos provável do que, após sacudirmos uma omelete, a clara e a gema voltarem à forma original do ovo. Como o senhor refuta esses cálculos? Ou o senhor tem outra explicação?
7- Para formar as proteínas, são usados vinte tipos diferentes de aminoácidos. A probabilidade de duas cadeias idênticas de proteínas, cada uma com cem aminoácidos, duplicarem-se por acaso é uma em 10^130 Para se atingir as condições de probabilidade para uma proteína ter se desenvolvido por acaso, seria preciso que 10^110 tentativas fossem efetuadas a cada segundo desde o início do tempo. Para se realizar essas tentativas concomitantes, o material para alimentar as reações consumiria 10^90 gramas de carbono. De onde veio todo esse carbono, já que a massa total da Terra (todos os elementos) é 6x10^27 gramas, e10^90 gramas excede em bilhões de vezes a massa estimada de todo o universo?
8- Na transição do geoquímico para o biológico, onde e como surgiu o material genético? Estou aguardando ansiosamente por suas respostas dotadas de inúmeras evidências científicas, e transbordantes de conhecimento evolucionista. Para a próxima semana, por favor, prepare algum texto sobre a crise financeira, sobre o caso Cesare Batisti, ou qualquer outro assunto que esteja na sua alçada, e não ofenda mais os meus neurônios. Não discordo totalmente de você, errar realmente é livre. Não é a toa que sua coluna dessa semana existe e foi publicada.
Sem mais, Fellipe Petermann Alberto Araújo. Ex-aluno do Colégio Adventista, criacionista e humano pensante.
Ps: Seguem algumas indicações de materiais, para o senhor se informar mais sobre o assunto:
Origens, de Dr. Ariel Roth.
A Origem Superior das Espécies, de Roberto Cesar de Azevedo.
Eles Criam em Deus, de Rodrigo P. Silva. www.scb.org.br
Enviado por: Albert Luis Moreira Andrade
Gestor Educacional Assistente / Colégio Adventista de Vila Galvão

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Versículo do Dia

"Então respondeu, aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de vestes finas". Zacarias 3:4

"E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;"
Lucas 15:21,22

A Grama do Vizinho Não é Mais Verde Que a Sua

Você já ouviu sobre o mito da grama vizinho ser mais verde? É aquela velha máxima de que a grama do vizinho é mais verde que a minha. Parece que nossa sociedade tem incentivado essa idéia com todas as suas forças, porque é, primordialmente, uma sociedade de consumo. Logo, tudo precisa ser descartável para manter-se o ciclo do novo que está sendo produzido, mesmo no campo emocional-conjugal. Hoje, enquanto os casais estão sendo estimulados a lançarem seus olhares ao redor, procurarem um objeto de desejo e compará-lo à realidade existente em casa, os relacionamentos estão decaindo vertiginosamente. HOMENS: Olhamos para outras mulheres buscando saber o quanto pudemos ter errado ao escolhermos nossa parceira. MULHERES: Olham para outros homens buscando saber o quanto puderam ter errado ao escolherem o seu parceiro. Será que você escolheu certo? Será que o seu cônjuge está "à altura" de sua inteligência, beleza, desenvoltura, capacidade de perdoar, humildade, etc.? É claro que sempre encontraremos alguém mais bonito ou atraente que nossa esposa (nosso esposo)! Sempre encontraremos alguém, com o qual não convivemos no dia-a-dia, que parecerá mais adequado, mais atencioso, mais parecido conosco, mais "pedra preciosa" do que realmente é! Lembre-se de que não é a pessoa que está com você todos os dias, é aquela que você na rua, na televisão, no seu trabalho, você realmente apenas passa perto. Mas é verdade, também, que um grande número de casais se "aventura" no relacionamento conjugal sem aperceber-se que estão saindo para uma jornada a dois, uma viagem que só terá sucesso se for realizada a dois, um relacionamento que será construído dia após dia a dois, enquanto os defeitos forem florescendo juntamente com as virtudes. Será essa a hora de reafirmarem seu amor e seu compromisso mútuo. Será preciso separarem o joio do trigo. Estes parecem-se tanto enquanto estão se desenvolvendo, mas distinguem-se com extrema clareza quando chega a hora da colheita. O joio não pode produzir algo bom, produzir fruto aproveitado, não pode acrescentar algo à vida humana. Entenda, se você ficar expandindo sua "plantação de joio" sufocará seu relacionamento! Por outro lado, se semear mais e mais trigo poderá edificar sua casa de uma maneira sábia, estimulando, aperfeiçoando e protegendo o amor que alimentará vocês nos dias mais difíceis e, também, nos dias mais aprazíveis da jornada a dois! Pare de levar para a casa só amargura, irritação, problemas do trabalho, da faculdade... Pare de receber o outro reclamando e fazendo um buraco novo em cada trecho do caminho de sua viagem a dois. Busque renovar seu relacionamento com expressões claras e práticas de amor, leve e compartilhe alegria com seu cônjuge, procure ouvir o que o coração dele está falando, retome e amplie o ambiente de sedução pura dentro do casamento. Mas o que é mais importante: essas atitudes tornam-se muito mais fáceis quando Deus está presente em seu cotidiano, quando você o convida a fazer parte de seu relacionamento. Depois de fazê-lo, prepare-se! Virão emoções arrebatadoras pela frente, basta você querer e fazer a sua parte! Sua grama voltará a ser mais verde que a do vizinho! "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes de vida... ” “Pense, pondere cada passo que você der e que seus caminhos sejam retos." Provérbios 4:23 e 26. "Para ser sábio, é preciso primeiro temer ao Deus Eterno. Os tolos desprezam a sabedoria e não querem aprender." Provérbios 1:7. Chegou a hora de você afirmar: "Quero convidar Deus para dirigir meu relacionamento e minha vida. Sei que minha grama é mais verde, meu jardim tem mais flores, meu amor é mais fiel e mais intenso do que nunca!" É bom falar isso para a pessoa certa! Vá firme, você verá como sua jornada com Deus e seu cônjuge se tornará uma beleza!
Pense a respeito e seja feliz com o cônjuge que Deus lhe deu.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A Parábola dos Pescadores sem Peixes

Era uma vez uma vez uma cidade que ficou conhecida como a cidade dos pescadores que não pescavam. E havia muitos peixes naquelas águas. Na realidade, toda a área era cercada por rios e lagos cheios de peixes, todos famintos.
Semana após semana, mês após mês, ano após ano, os pescadores se reuniam para conversar sobre seu chamado para pescar, sobre a abundância de peixes e sobre como deveriam pescar.
Ano após ano, definiam cuidadosamente o que significava pescar, defendendo a pesca como uma ocupação e declaravam que pescar era sempre a principal função dos pescadores.
Eles procuravam continuamente método e definições novas para a pesca. Entretanto, eles só falavam a respeito da arte da pesca. Eles não pescavam.
Grandes, caros e elaborados centros de treinamento foram construídos, cujo propósito original e principal era ensinar pescadores a pescar. Ao longo dos anos, cursos foram oferecidos sobre a necessidade de pescar, a natureza da pesca, onde encontrar a pesca, a classificação da pesca, e as reações psicológicas do peixe.
Aqueles que ensinavam tinham doutorado em piscicultura, mas os professores não pescavam. Eles apenas ensinavam a pescar. Ano após ano, depois de um treinamento entediante, muitos se formavam e recebiam sua licença de pesca.
Depois de um encontro sobre a necessidade de pescar, um jovem aluno saiu da reunião e foi pescar. No dia seguinte, disse que pescou dois peixes consideráveis. Ele foi premiado por sua pesca excelente e convidado a visitar todas as principais reuniões para contar como pescara os dois grandes peixes. Então largou a pesca para ter tempo de contar as suas experiências para outros pescadores e também para fazer um filme sobre a grande pesca. Ele também foi colocado na diretoria geral dos pescadores por causa de sua experiência notável.
É verdade que muitos dos “pescadores” eram realmente sinceros e realmente estavam se sacrificando e passando por todo tipo de dificuldades. Além do mais, não estavam eles seguindo o mestre que dissera: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”? Imagine como alguns deles ficaram magoados quando um dia alguém se colocou à sua frente e sugeriu que aqueles que não pegavam peixes não eram realmente pescadores, independente do quanto diziam ser. Ainda assim aquilo parecia correto.
Alguém é pescador, se ano após ano nunca pega um peixe? Alguém está seguindo, se não está pescando?

Obs. Os peixes ainda estão nos rios e nos lagos; e... continuam famintos.

(Autor Desconhecido)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O Uso de Calças Compridas

No final da década de 50 a mulher não usava calça comprida, nem botas e outros acessórios de vestuário feminino comuns hoje. Este costume foi mudado na década de 60, onde a calça comprida também passou a fazer parte do vestuário das mulheres.
Com essa mudança surgiu uma questão: seria correto a mulher usar calça comprida que até então era um costume somente dos homens?
O texto mais citado por aqueles que proíbem o uso de calça para as mulheres é Deut. 22:5: "A mulher não usará roupa de homem, nem o homem veste peculiar à mulher; porque qualquer que faz tais coisas é abominável ao Senhor, teu Deus."
Este texto se refere, segundo seu contexto histórico, à roupas íntimas, pois na época o vestuário era praticamente o mesmo para ambos os sexos (geralmente a túnica). A idéia do texto é proibir o homossexualismo, e não proibir calça comprida para as mulheres ou qualquer tipo de vestuário específico. A verdade é que nesta época nem havia calça comprida como as de hoje, então, como dizer que esse verso as proíbe?
Deus não está preocupado com formas, mas com princípios. Não importa se um pedaço de pano é usado como saia ou calça, o que interessa é se é modesto, econômico, saudável e descente – esses são os princípios que a Bíblia e o Espírito de Profecia defendem.
A calça comprida não é proibida pela Palavra de Deus ou pelo Espírito de Profecia, mas segundo os princípios cristãos, não deve ser muito apertada a ponto de mostrar as formas do corpo e comprometer a saúde. Ela deve ser confortável e apropriada a cada sexo.
Em muitos casos, ela é indispensável, principalmente em esportes ou atividades físicas e sociais, mas deve se observar essas questões.
A verdade é que as calças femininas hoje não são, na sua maioria, apropriadas, pois são muito justas e sensuais. Porém há calças descentes, modestas e sociais, ou seja, em conformidade com os princípios da Bíblia e do Espírito de Profecia.
Hoje existem saias que são transparentes ou curtas demais. Mas nem por isso podemos generalizar e proibir o uso de saias. Assim também devemos ter sabedoria para distinguir uma calça apropriada e uma que não seja, e não proibi-la enfaticamente.
Até um tempo atrás poderíamos dizer que a calça comprida para mulheres era um vestuário de estilo não social, por isso seu uso era desaconselhado em atividades sociais. Hoje porém a calça já foi inserida nos trajes sociais finos e executivos. É comum ver uma mulher com calça social e blazer desempenhando atividades executivas e administrativas, onde o vestuário usado por homens na mesma função é o terno e gravata.
A Igreja Adventista faz uso, em vários níveis da organização, de calças compridas femininas (de acordo com os princípios que ela defende para qualquer vestuário) para usos específicos como colportagem e educação (alunos e professores).
Sobre a posição bíblica e do Espírito de Profecia acerca deste tema, temos um excelente artigo de Roberto Olsen, que pode de forma clara e objetiva, definir qual tem sido a posição da Igreja Adventista no tocante ao uso de calça para as mulheres (Roberto Olsen, Pode Uma Dama Cristã Usar Calça? Colégio da União do Pacífico. 6 de março de 1974). Citaremos suas conclusões:
1 - Sobre o texto de Deut. 22:5: “O texto em questão simplesmente adverte que os homens não deveriam vestir igual às mulheres. O mesmo nada diz acerca de calças e dificilmente pode ser usado como uma ordem absoluta contra o uso de tais peças de vestimentas para ambos os sexos. Nos tempos bíblicos nem os homens nem as mulheres usavam alguma coisa que se pareça com as calças modernas”.
2 – Sobre os textos do Espírito de Profecia, depois de analisar as principais citações de Ellen White sobre o vestuário, a conclusão foi a seguinte: “Não, Ellen White não proibiu o uso de calças compridas por parte das mulheres. O que ela objetou foi ‘eliminar a distinção na vestimenta de homens e mulheres’ (I Testemunhos, 460)”.
“Dificilmente é justificável a conclusão que os escritos de Ellen White se opõem ao uso de calças por parte das mulheres. Não obstante, se Ellen White vivesse hoje, faria uma exceção em relação do uso por parte das mulheres de roupas justas de qualquer tipo, ainda que fossem calças, jaquetas ou saias. Igualmente, teria algo desfavorável que dizer acerca do uso de mini saias. Mas, de acordo com a opinião de muitos, não protestaria contra o uso de calças ou trajes modestos que possibilitam a quem os usem conservar uma aparência feminina distintiva”.
Como fiéis devemos buscar seguir a risca os princípios do vestuário cristão, mas não devemos legislar sobre formas das vestimentas que estão dentro desses princípios. Se uma calça não é modesta ou descente, deve ser excluída do vestuário, assim como uma saia ou vestido que não seguem os parâmetros cristãos.
Por outro lado, se ela é descente, modesta e feminina, não há porque proibi-la. Vivemos numa cultura onde não é considerada homossexual uma mulher que usa calça, por isso, a distinção entre os sexos não é comprometida por esse tipo de vestimenta.
Se uma mulher não quer usar calça, não é pecado, desde que sua saúde e decência não sejam comprometidas (ex. Uma mulher usar saia em condições de frio extremo, não protegendo suas pernas; uma operária feminina usar saia para trocar lâmpadas de postes).
Note esta declaração do Espírito de Profecia:
“Seja qual for o comprimento do vestido, devem as mulheres vestir seus membros tão cabalmente como os homens. Isso se pode fazer usando calças forradas, terminadas num cadarço preso aos tornozelos, ou calças amplas, estreitando para os pés; e estas devem ser bastante compridas para ir até aos sapatos.” (Ellen White, Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 461) Procure cuidar bem do seu vestuário, e não do vestuário do próximo. A salvação é individual e ninguém deve achar na condição de modelo ou juiz nesta questão.


PR. YURI RAVEM Mestre em teologia e pastor da Igreja Adventista em Pelotas - RS. Casado com Andressa, mestre em educação. Editor Associado do Blog Nisto Cremos e Editor do Blog Igreja Adventista de Pelotas